VOCÊ SABIA QUE CABREÚVA JÁ TEVE CINEMA?
Na década de 50, Mansueto Mesquita Togni montou o Cine São José em Cabreúva, localizado na Praça Comendador Martins, onde hoje se encontra o Banco Santander. Antes disso, os primeiros filmes que passaram na cidade eram trazidos pelo padre da época, José da Costa Stipp e projetados na Igreja Matriz.
O cinema era amplo e contava com um bar. Os assentos eram dispostos em fileiras de cadeiras fixas e corredores central e laterais. Eram reservadas quatro cadeiras encapadas de branco para as autoridades da cidade representadas pelo delegado, prefeito e respectivas esposas. Cada dia de sessão, duas pessoas ficavam encarregadas da limpeza das cadeiras e como pagamento ganhavam ingressos.
Os filmes vinham de São Paulo pelo ônibus da viação Anhanguera que chegavam às 19 horas na Agência de Cabreúva.
As exibições ocorriam nas quintas-feiras, sábados e domingos e as sessões mais disputadas eram nos filmes de Mazzaropi, O Gordo e o Magro, Cantinflas e Tarzan.
Na década de 60, Benedito Rosa assumiu o cinema e Lauro Rodrigues da Silveira o bar.
Eu aguardava ansioso pelo sábado à noite para ir ao cinema e, após a sessão, procurava companhia para voltar para casa, já que morava na Cerâmica Nossa Senhora da Piedade e a estrada não dispunha de iluminação pública.
Saudades dos bons tempos do Cine São José!
Waldemar Camargo
As festas de antigamente eram muito diferentes das de hoje. Em Cabreúva havia várias festas, sendo as maiores a de Santo Antônio, São Roque, Divino Espírito Santo e São João.
Localizada na estrada do Barreiro e distante 1.700 metros do centro da cidade, a Capela de São Roque tornou-se um pequeno centro religioso. Segundo pesquisas realizadas por Benedito Pedro Silveira Singulani, a imagem de São Roque foi encontrada numa plantação de algodão na fazenda Santa Eliza, próximo ao bairro do Caí, pelo casal Joaquim e Rita da Costa, que moravam no centro da cidade e trabalhavam nessa propriedade. A imagem venerada de São Roque com traje de peregrino é feita com barro cozido (terracota) e tem aproximadamente 25cm de altura.
Essa família mudou-se para o bairro do barreiro levando a imagem do pequenino santo. O casal passou a ser seu devoto, quando necessitava da ajuda espiritual intercedia junto dele em seu socorro. Logo que notou que alguns de seus pedidos foram atendidos, saiu contando a todos os vizinhos das graças recebidas. A repercussão dos milagres fez com que despertasse na população cabreuvana a curiosidade de conhecê-lo.
Percebendo o aumento da devoção do povo pelo santo, a família resolveu construir um oratório coberto com zinco ao lado de casa para colocar a imagem do santo. O local atraiu moradores dos bairros e de outras cidades, que vinham conhecer e pedir graças à São Roque. As promessas dirigidas ao santo eram geralmente para obter uma boa colheita, para que chovesse na época da seca, pela saúde de pessoas e pelos animais desaparecidos ou doentes.
As famílias de Joaquim José de Godoy e Joaquim Guilherme de Souza, fervorosos devotos de São Roque resolveram comprar um terreno próximo do local e doaram para a Paróquia, para a construção da capela ao santo, quando o então vigário era o Cônego João Pereira da Motta. A construção foi feita pelo pedreiro Pedro Amirat (pai de Lauro e avô de Moacyr Amirat), que contou com a ajuda da população. A obra foi iniciada em 1921 e o seu término ocorreu em 1925, no período em que o padre da paróquia era João Batista Couto.
O translado da imagem de São Roque para a Matriz somente ocorria em casos especiais, por ocasião de seca ou epidemia no município, mas atualmente acontece por ocasião da sua festa, onde a imagem é conduzida em procissão de Capela do Barreiro para a Matriz, geralmente no último domingo do mês de julho ou no primeiro domingo de agosto, e sempre acompanhada pela corporação musical da cidade. No dia 16 de agosto, dia de São Roque, acontece missa em seu louvor, além da festa no fim de semana mais próximo. No domingo seguinte após os festejos a imagem de São Roque retorna a sua capela em procissão encerrando com a Santa Missa.
Foram tantas graças recebidas pelas famílias cabreuvanas, que elas resolveram , em retribuição, colocarem o nome de Roque a um dos seus filhos, fazendo com que a cidade ficasse com muitos Roques, costume esse que se manteve até a década de 60.
Minha mãe Candinha, devota do santo também colocou o nome de Roque em um de seus filhos, e sempre quando a estiagem prolongava, convidava os vizinhos para participar em procissão da novena em louvor ao santo, pedindo sua intercessão junto a Deus, para mandar chuva.
Um fato importante que marcou a fé do povo por São Roque foi quando ocorreu a epidemia da febre amarela no município. Na ocasião, o padre Naline, autor do hino de São Roque, cantado até hoje, promoveu uma procissão penitencial, indo buscar o milagroso santo e trazendo a imagem nas mãos, caminhou descalço pelas ruas da cidade, pedindo intercessão junto a Deus para livrar da epidemia. Em poucos dias, o milagre aconteceu e a epidemia se foi. Este fato, entre tantos outros, faz com que até os dias de hoje São Roque esteja tão presente na fé dos cabreuvanos.
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FESTA DE SANTO ANTÔNIO
As festas de antigamente eram muito diferentes das de hoje. Em Cabreúva havia várias festas, sendo as maiores a de Santo Antônio, São Roque, Divino Espírito Santo e São João.
A de Santo Antônio, realizada no mês de junho, tinha características especiais: havia uma família festeira, que era quem organizava o programa, pedia prendas, contratava a banda e o pregador, isto é, o padre que fazia o “sermão” na missa. A grande curiosidade desta festa era “o leilão de lenhas”, pois o fogão a gás ainda não havia chegado aqui, já o de lenha existia em todas as casas.
O leilão acontecia no sábado da festa, após a entrada das carroças na cidade que trazia o precioso “combustível”. Elas vinham enfeitadas com bandeirinhas coloridas e os burros ostentavam flores nas cabeças e nos arreios. Todas se concentravam no final da Av. Marciano Xavier de Oliveira. Ao meio dia, com o badalar do sino da matriz, o espocar de rojões, o som da banda, o desfile começava. Na praça, o povo aguardava a chegada das carroças e, às vezes, se surpreendia com a presença de um carro de bois entre elas.
Em seguida, começava o leilão e, para os que não podiam arrematar toda a lenha das carroças, havia pequenos feixes, oferecidos por senhoras que catavam as lenhas nos pastos para vender.
O leilão avançava animado sempre pela banda, que não podia faltar nas festas. Ao amanhecer, já estava ela na rua para a alvorada, que não passava correndo em cima de um caminhão, mas desfilava a pé pelas poucas ruas da cidade.
No domingo, missa solene às 10 horas. A igreja lotava para ouvir o “sermão” do padre que viera de “fora”, geralmente um bom pregador, escolhido entre os freis da igreja do Carmo. As vozes dos cantores ecoavam pela igreja, acompanhada solenemente pelo “órgão” e pelo “rabecão”. Homens de terno e gravata, mulheres elegantes com vestidos novos compunham a assembleia.
Ao término da missa, o leilão de prendas, curiosas para os dias de hoje: frango, leitão, pato, feijão, fumo de corda, batata doce, mandioca, rapadura, melado, palha de milho preparada para fazer cigarros, jacá de taquara, cesta de taboa e muitas outras coisas.
Ao entardecer, a grandiosa procissão com andores de vários santos, destacando o de Santo Antônio, ricamente adornado. Crianças vestidas de anjos, irmãos de OPA ( irmandade ), fiéis com velas acesas e o “estandarte” do santo completavam o quadro. Não havia missa vespertina e a procissão encerrava com a bênção do padre e os fogos.
Hoje a cidade cresceu, muitas festas desapareceram. As que permaneceram vestiram uma roupagem nova, porém muito se perdeu da sua tradição.
O leilão acontecia no sábado da festa, após a entrada das carroças na cidade que trazia o precioso “combustível”. Elas vinham enfeitadas com bandeirinhas coloridas e os burros ostentavam flores nas cabeças e nos arreios. Todas se concentravam no final da Av. Marciano Xavier de Oliveira. Ao meio dia, com o badalar do sino da matriz, o espocar de rojões, o som da banda, o desfile começava. Na praça, o povo aguardava a chegada das carroças e, às vezes, se surpreendia com a presença de um carro de bois entre elas.
Em seguida, começava o leilão e, para os que não podiam arrematar toda a lenha das carroças, havia pequenos feixes, oferecidos por senhoras que catavam as lenhas nos pastos para vender.
O leilão avançava animado sempre pela banda, que não podia faltar nas festas. Ao amanhecer, já estava ela na rua para a alvorada, que não passava correndo em cima de um caminhão, mas desfilava a pé pelas poucas ruas da cidade.
No domingo, missa solene às 10 horas. A igreja lotava para ouvir o “sermão” do padre que viera de “fora”, geralmente um bom pregador, escolhido entre os freis da igreja do Carmo. As vozes dos cantores ecoavam pela igreja, acompanhada solenemente pelo “órgão” e pelo “rabecão”. Homens de terno e gravata, mulheres elegantes com vestidos novos compunham a assembleia.
Ao término da missa, o leilão de prendas, curiosas para os dias de hoje: frango, leitão, pato, feijão, fumo de corda, batata doce, mandioca, rapadura, melado, palha de milho preparada para fazer cigarros, jacá de taquara, cesta de taboa e muitas outras coisas.
Ao entardecer, a grandiosa procissão com andores de vários santos, destacando o de Santo Antônio, ricamente adornado. Crianças vestidas de anjos, irmãos de OPA ( irmandade ), fiéis com velas acesas e o “estandarte” do santo completavam o quadro. Não havia missa vespertina e a procissão encerrava com a bênção do padre e os fogos.
Hoje a cidade cresceu, muitas festas desapareceram. As que permaneceram vestiram uma roupagem nova, porém muito se perdeu da sua tradição.
Teresinha Camargo
CAPELA DE SÃO ROQUE
Localizada na estrada do Barreiro e distante 1.700 metros do centro da cidade, a Capela de São Roque tornou-se um pequeno centro religioso. Segundo pesquisas realizadas por Benedito Pedro Silveira Singulani, a imagem de São Roque foi encontrada numa plantação de algodão na fazenda Santa Eliza, próximo ao bairro do Caí, pelo casal Joaquim e Rita da Costa, que moravam no centro da cidade e trabalhavam nessa propriedade. A imagem venerada de São Roque com traje de peregrino é feita com barro cozido (terracota) e tem aproximadamente 25cm de altura.
Essa família mudou-se para o bairro do barreiro levando a imagem do pequenino santo. O casal passou a ser seu devoto, quando necessitava da ajuda espiritual intercedia junto dele em seu socorro. Logo que notou que alguns de seus pedidos foram atendidos, saiu contando a todos os vizinhos das graças recebidas. A repercussão dos milagres fez com que despertasse na população cabreuvana a curiosidade de conhecê-lo.
Percebendo o aumento da devoção do povo pelo santo, a família resolveu construir um oratório coberto com zinco ao lado de casa para colocar a imagem do santo. O local atraiu moradores dos bairros e de outras cidades, que vinham conhecer e pedir graças à São Roque. As promessas dirigidas ao santo eram geralmente para obter uma boa colheita, para que chovesse na época da seca, pela saúde de pessoas e pelos animais desaparecidos ou doentes.
As famílias de Joaquim José de Godoy e Joaquim Guilherme de Souza, fervorosos devotos de São Roque resolveram comprar um terreno próximo do local e doaram para a Paróquia, para a construção da capela ao santo, quando o então vigário era o Cônego João Pereira da Motta. A construção foi feita pelo pedreiro Pedro Amirat (pai de Lauro e avô de Moacyr Amirat), que contou com a ajuda da população. A obra foi iniciada em 1921 e o seu término ocorreu em 1925, no período em que o padre da paróquia era João Batista Couto.
O translado da imagem de São Roque para a Matriz somente ocorria em casos especiais, por ocasião de seca ou epidemia no município, mas atualmente acontece por ocasião da sua festa, onde a imagem é conduzida em procissão de Capela do Barreiro para a Matriz, geralmente no último domingo do mês de julho ou no primeiro domingo de agosto, e sempre acompanhada pela corporação musical da cidade. No dia 16 de agosto, dia de São Roque, acontece missa em seu louvor, além da festa no fim de semana mais próximo. No domingo seguinte após os festejos a imagem de São Roque retorna a sua capela em procissão encerrando com a Santa Missa.
Foram tantas graças recebidas pelas famílias cabreuvanas, que elas resolveram , em retribuição, colocarem o nome de Roque a um dos seus filhos, fazendo com que a cidade ficasse com muitos Roques, costume esse que se manteve até a década de 60.
Minha mãe Candinha, devota do santo também colocou o nome de Roque em um de seus filhos, e sempre quando a estiagem prolongava, convidava os vizinhos para participar em procissão da novena em louvor ao santo, pedindo sua intercessão junto a Deus, para mandar chuva.
Um fato importante que marcou a fé do povo por São Roque foi quando ocorreu a epidemia da febre amarela no município. Na ocasião, o padre Naline, autor do hino de São Roque, cantado até hoje, promoveu uma procissão penitencial, indo buscar o milagroso santo e trazendo a imagem nas mãos, caminhou descalço pelas ruas da cidade, pedindo intercessão junto a Deus para livrar da epidemia. Em poucos dias, o milagre aconteceu e a epidemia se foi. Este fato, entre tantos outros, faz com que até os dias de hoje São Roque esteja tão presente na fé dos cabreuvanos.
Waldemar Camargo
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FESTA ITALIANA
A pergunta sempre vem: como surgiu a festa Italiana?
Vou contar...
Governava nessa ocasião Dona Lucy, no ano de 1997.
Como a prefeitura estava falida e a prefeita sem condições de fazer um bom trabalho, pediu que formássemos um grupo de voluntários para ajudar a resolver o problema existente.
Nos reunimos e fizemos então, vários encontros numa sala da sede, discutindo que medidas seriam viáveis para arrecadar verbas no momento.
As cidades vizinhas estavam comemorando festas italianas. Então, nosso amigo Mário Branco, sugeriu que fizéssemos a nossa festa.
FESTA ITALIANA, todos aplaudiram, concordaram e se entusiasmaram.
Então eu, como presidente propus que o Mário se encarregasse de arrumar o conjunto italiano em São Paulo.
Não foi difícil, nosso amigo já se prontificou, arrumou o conjunto que, vestidos a caráter, viria abrilhantar a festa com músicas italianas.
Um conjunto de senhoras paulistas, também veio com traje da longínqua terra italiana. Terra que, com o seu trabalho e costume, ajudou muito nosso Brasil. E portanto, temos muita consideração pelos italianos, que moram aqui e permanecem até hoje, contribuindo para o nosso progresso.
A 1ª Festa Italiana de Cabreúva, foi no Clube Atlético Cabreuvano, tendo muitas barracas com comidas típicas como: macarronada, pastéis, pizza, lasanha,...
A entrada foi cobrada, pois era necessária para angariar verba, já que a então Administração da Prefeitura não tinha.
A festa foi muito bonita. Os voluntários ajudaram muito...
O povo foi em peso. Como foi a 1ª Festa, não tínhamos muita experiência. Faltaram quitutes. Quanto ao pessoal que trabalhou, apresentou boas comidas e suas barracas e uniformes tinham as cores da Itália.
E assim foi a 1ª Festa Italiana idealizada por nós. Um pessoal que estima esta terra e aqui vive curtindo nossa amada Cabreúva.
Obrigada a todos, que contribuíram para esse evento importante, que faz parte do Calendário Cultural da cidade de Cabreúva até hoje.
Maria do Carmo Camargo Lui
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FESTA JUNINA
Mês de Junho, Cabreúva friorenta, era o mês mais festivo do ano. Santo Antônio (dia 13), o santo casamenteiro, festejando como modo de impedir sua intercessão para achar um namorado ou uma namorada. Os jovens participavam de seu tríduo e de sua procissão.
São João (dia 24), o primo de Jesus , que também O batizou, era o que mais atividades festeiras apresentava em sua honra.
São Pedro, o primeiro PAPA e São Paulo (dia 30) encerravam os festejos religiosos.
Na parte profana, muitas barracas de bebidas, quentão, vinho quente e churrasco enfeitavam a praça central. Em alguns anos, eram distribuídos batata-doce e espeto de carne, para que fossem assados na grande fogueira no espaço atrás da Igreja Matriz, ao lado da caixa d’água. Também nesse espaço eram realizados os encontros dos que tocavam, cantavam e dançavam rodas de samba.
A imagem de São João era levada até o Ribeirão e lavada no dia 24.
Para as crianças, durante o dia, havia as corridas de saco e de ovo, além do porco ensebado.
O quebra–potes, o boizinho que assustava as crianças e a subida no pau-de-sebo atraíam as atenções. Um jovem hoje cinquentão, era o campeão e abocanhou muitos prêmios. Seu nome: Maciel.
A dança das quadrilhas infantis e adultas era muito aplaudida. Os sanfoneiros Tato e Nezico Facioli marcavam o ritmo e as canções, cujos participantes estavam vestidos como caipiras, assim como a maioria do povo que prestigiava as festividades.
Bons tempos em que a religião, o amor ao próximo e o respeito propiciavam momentos felizes, alegres e sem violência.
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Doce ou Salgado?
Anos 50 e 60... que deliciosas lembranças de minha infância, quando nos períodos de férias escolares vinha à Cabreúva, para a casa de meus tios Benedicto Correia e Margôt e, de onde saia para saborear deliciosos bijus de farinha de milho. (na fecularia)
Na Rua Floriano Peixoto, entre, onde hoje há uma casa de materiais de construção e uma padaria, ficava uma fábrica de farinha de milho do Sr. Benevenuto Faciolli e seus filhos (principalmente Lauro e Nenzico).
Com muita paciência, Nenzico atendia aos apelos infantis para fazer-lhes um biju: “Doce ou salgado?”, perguntava ao mesmo tempo em que jogava uma quantidade de farinha numa chapa grande de ferro muito quente e, com um rolo moldava o biju.
Ao lado da fecularia havia uma fábrica de beneficiar arroz, que fascinava as crianças, que paravam seu olhar na máquina que separava o arroz da casca e, o arroz já beneficiado, era ensacado rapidamente.
A Fábrica de Beneficiamento de Arroz, era do Sr. João Ivêncio Pedroso e fica atualmente, na altura do número 221 da rua Floriano Peixoto.
Moacir Amirat
Como a Escola Ana Mesquita Laurini
já viveu no bojo da Escola Lucídio?
Nos meados dos anos 60, as escolas de 1ª a 4ª séries eram denominadas “escolas primárias” e o Lucídio era uma dessas escolas. É bom lembrar que antes dessa época, as escolas dos bairros de Cabreúva só tinham classes de 1º ao 3º ano e, o 4º ano então, tinha que ser cursado no centro da cidade, hoje centro histórico. Não havia, na ocasião o transporte público, por isso, só os privilegiados que tivessem uma condução (bicicleta ou cavalo) ou aqueles que se dispusessem a fazer uma caminhada a pé até o centro, concluíam o 1º grau.
No ano de 1963, foi criado o Ginásio Estadual, que correspondia ao curso ginasial de 1º ao 4º ano (o que hoje é de 5ª à 8ª série).
Para ingressar no ginásio era preciso passar por um vestibular. Houve, neste mesmo ano um vestibular do qual se formaram duas turmas: 1º A e 1º B.
Essas duas classes do ginásio funcionavam nas salas ociosas do Lucídio, que recebeu então o nome de “Ginásio Estadual Ana Mesquita Laurini”. O nome foi uma homenagem que o professor Alberto Mesquita quis prestar a sua irmã recentemente falecida.
O professor Alberto era secretário do padre Baleeiro, naquela ocasião secretário estadual da educação. Foi assim que o professor conseguiu colocar Cabreúva na relação das cidades que pleiteavam um ginásio.
Com o tempo, mudanças educacionais criaram o 1º Grau (abrangendo da 1ª à 8ª série) e o 2º Grau (abrangendo os cursos normais, científicos e clássicos), e o nome que prevaleceu na entidade foi o de Lucídio, que já era escola de 1º grau.
O nome Ana Mesquita Laurini foi então, transferido à escola do bairro Bonfim, que passou a chamar-se “E.E.P.G. Ana Mesquita Laurini”.
Teresinha de Jesus Camargo Faccioli
Início da Colonização de Cabreúva
Em meados do século XVIII, saíram da Vila de Itu, alguns fazendeiros e suas famílias, atrás de terras, e trouxeram consigo muitos escravos para exploração do outro lado do Rio Tietê.
Entre as famílias destacaram-se, Martins Barros, Martins e Ramos, e Martins de Mello, que seguindo as trilhas deixadas pelos Bandeirantes chegaram numa terra, que chamaram de Piraí.
Nesse local fixou uma família, que demarcou essa terra como sua propriedade para exploração, outras seguiram em frente na busca de mais terras e também se fixaram, assim surgindo as Fazendas: Barrinha, Campininha, Guaxatuba, Barreiro e outras.
As divisas das fazendas eram demarcadas por valetas abertas pelos escravos. Este tipo de marcação ainda é encontrada em alguns lugares do município.
Baseado nesses dados, podemos considerar que a Fazenda Piraí foi a primeira da colonização ituana no nosso município, e o seu nome originou o bairro e a primeira estrada ligando Itu à Cabreúva.
Waldemar Camargo